Rio Minho
entre Barbeita e Torre
Aguarela
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Captada numa perspectiva frontal, a imagem provoca a sensação ilusória de um estreitamento do espaço fluvial, devido aos reflexos aí projectados. A curva que o rio Minho faz nesse local e a configuração da margem direita, que termina em ponta rochosa, contribuem para aumentar esta ilusão de óptica, misturando-se o real e o virtual.
Neste cenário de água, terra e céu, confinado ao isolamento por uma aparente inacessibilidade, a claridade que escorre do firmamento espelha-se nas águas paradas, traduzindo um ambiente de quietude. A paisagem insere-se numa atmosfera de cor e de luminosidade: verdes, azuis e ocres interpenetram-se, definem formas, adquirem matizes variados e, simultaneamente, estabelecem os limites da faixa de claridade. O olhar abrange toda a panorâmica e alonga-se até à linha sinuosa do horizonte, ao encontro da mancha azulada das serranias.
Maria Lucília Abreu
in A Aguarela na Arte Portuguesa, ACD Editores, 2008
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