Maria Antónia R.G. Martins Barata

Maria Antónia de Assunção Roque Gameiro Martins Barata Pereira Cabral

(Bixa)
 
 
 Algumas obras:
 
        • Ilustração:
            Revista Lusitas (1943-1957)
            Revista Fagulha (1958-1974)
 
        • Registos de:
                Nosso Senhor  (103)
                Nossa Senhora  (276)
                São José  (28)
                Sagrada Família  (32)
                Santo António  (41)
                São Sebastião  (10)
                Santos Francisco e Jacinta Marto  (15)
                e de muitos outros Santos  (389)
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        • Outras
                Trabalhos com conchas, pedras, vidros e azulejos (especialmente em cacos)
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Exposição de Registos e Relicários
     Os registos são uma forma de arte sacra que se popularizou no séc. XVIII.
     Geralmente partem de uma imagem, ou outro memento que se emoldura e se acarinha tornando-se objecto de devoção. Alguns registos incluem uma relíquia. São os relicários.
     Em ambientes privados usam-se frequentemente como ex-voto, para protecção de doentes ou de locais, como testemunho de fé ou apenas como decoração.
     Maria Antónia Cabral (Bixa) nasceu em Lisboa, em 1926 e sempre se dedicou a actividades mais ou menos artesanais como tem sido hábito na Tribo dos Pincéis (descendentes de Alfredo Roque Gameiro).
     Ultimamente tem-se dedicado à elaboração de registos e relicários, dos quais agora se apresenta esta pequena amostra. Todos estes trabalhos são totalmente artesanais, realizados pelas mãos de Maria Antónia.
     Para além das tradicionais flores secas ou conchas, na elaboração destes trabalhos foram quase sempre utilizados materiais rejeitados, reaproveitados e recuperados para este fim. Toda uma diversidade de materiais como restos de tecidos e de rendas ou galões, sementes, papéis ou cartões, ferragens ou peças de instalações eléctricas ou de canalização, tampas, contas ou missangas... será um desafio identificar, em cada registo, a origem dos componentes.
     Quando se parte ou se substitui um vidro também os restos dos vidros antigos são guardados e posteriormente cortados (com um muito antigo cortador manual de diamante) para depois serem montados e colados. E não é nada fácil a construção de um registo oitavado onde é necessário cortar equilibrar e colar nove peças de vidro sem estrutura aparente.
     As imagens que servem de base aos registos, são também aproveitadas. Mais do que uma escolha ou uma procura por um tema, as imagens são selecionadas pela sua beleza, pelo seu interesse ou valor histórico, ou mesmo para não deitar fora uma estampa, ou uma recordação que já foi importante para alguém. Geralmente as imagens são recuperadas a partir de santinhos antigos, marcadores de livros ou postais, mas também podem ser recortes de revistas ou de calendários, fotocópias de outras estampas, gravuras antigas, folhas de livros desmembrados... sempre materiais cujo outro destino seria o lixo.
     Algumas destas imagens são objecto de intervenção prévia como o acrescento de cores, reforço de tons ou colagens.
     Especial relevo têm algumas imagens (fotocopiadas) de desenhos de família ou amigos. São de Màmía (mãe de Maria Antónia), os desenhos de alguns registos de Stº António, de Nª Srª da Nazaré.
     Se o valor intrínseco dos componentes usados nestes registos é quase nulo, o mesmo não se pode dizer do valor do trabalho investido na respectiva elaboração. Desde a selecção, recolha e armazenamento dos materiais em abstrato, à escolha das imagens (também com proveniências muito diversas), à composição mais apropriada para cada imagem e à identificação dos materiais que melhor correspondem ao resultado pretendido.
     Depois há o tempo necessário para o trabalho de montagem e execução das peças, trabalho muito delicado e demorado, com tarefas intermédias e tempos de espera cuja ultrapassagem poderia comprometer o resultado final.
     Este cuidado posto no trabalho, o sentido de harmonia, composição e equilíbrio, tendo quase sempre por base materiais cujo outro destino seria o lixo, é próprio da Maria Antónia e ninguém o faz como ela. São trabalhos únicos, de grande dedicação e de grande delicadeza e é isso que os valoriza.
      Alguns trabalhos de Maria Antónia Cabral são publicados em "Registos Lagartixa".  
      Para além das peças aqui apresentadas, os Registos Lagartixa foram largamente disseminados ao longo dos tempos por inúmeras colecções públicas ou privadas.
     Todos os registos são identificados no tardoz com o ex-libris de Maria Antónia Cabral (Bixa).