Painéis (Os) de São Vicente de Fora (1959)

                Título: Os painéis de São Vicente de Fora
             Autores: Armando Vieira Santos
                           João Couto (1892-1968), pref.
        Publicação: Lisboa : Neogravura, imp. 1959
Organização de: Martins Barata (1899-1970)
Descrição física: [128] p., 7 f. il., LXXXIV p. : il. ; 38 cm
        Informação: Biblioteca Nacional de Portugal

 

INTRODUÇÃO:  (Ver em  PDF)
     O ARTISTA ORGANIZADOR DESTE ÁLBUM TEVE A IDEIA FELIZ DE AGRUPAR NUM LIVRO SOBRE OS PAINÉIS DE S. VICENTE DE FORA, ATRIBUÍDOS A NUNO GONÇALVES PELO DR. JOSÉ DE FIGUEIREDO (1), A REPRODUÇÃO DAS CABEÇAS REPRESENTADAS NA MESMA OBRA-PRIMA.
     MUITO SE TEM ESCRITO SOBRE ESTA PRODUÇÃO FUNDAMENTAL DA PINTURA PORTUGUESA, SEM QUE ATÉ HOJE SE TIVESSE CHEGADO A CONCLUSÕES POSITIVAS ACERCA DOS GRANDES PROBLEMAS QUE ELA SUGERE. SOMOS, NO ENTANTO, BASTANTE FELIZES POR POSSUIRMOS O PORTENTOSO POLÍPTICO E SERÁ GRANDE O DIA EM QUE DOS ARQUIVOS SURJA O DOCUMENTO EXPLICATIVO DA SUA ORIGEM E SIGNIFICADO.
     ATÉ LÁ, HIPÓTESES, MAIS OU MENOS FANTASISTAS, MAIS OU MENOS BEM FUNDAMENTADAS E DEDUZIDAS, SÓ TÊM SERVIDO, EM GRANDE PARTE, PARA COMPLICAR A SOLUÇÃO, POR TODOS DESEJADA, DO PROBLEMA DA AUTORIA E DO SENTIDO DOS PAINÉIS.
     DISSEMOS QUE SE TRATA DA OBRA-PRIMA DA PINTURA PORTUGUESA, E, NA REALIDADE, NUNCA PINTURA TÃO ORIGINAL E PODEROSA SAIU DOS PINCÉIS DE INSPIRADOS ARTISTAS NACIONAIS.
     PARECE TER-SE ESTABELECIDO UM ACORDO QUANTO À PRESUMÍVEL DATA DA OBRA, QUE A CRITICA COLOCA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XV. E SUGERIU-SE QUE ELA, NA SUA LÓGICA SOBRIEDADE, PODERIA TER SERVIDO PARA CELEBRAR UM DOS FEITOS ESSENCIAIS QUE ENTÃO ACONTECERAM NA VIDA DA NAÇÃO. ADIANTOU-SE QUE PODIAM COMEMORAR UM FEITO MILITAR DAS CAMPANHAS DE MARROCOS, POR EXEMPLO A CONQUISTA DE ALCÁCER-CEGUER, OU UM FACTO DA POLÍTICA INTERNA COMO O DAS PAZES ENTRE OS PARTIDÁRIOS DESAVINDOS DO REI D. AFONSO V E DE D. PEDRO, DUQUE DE COIMBRA, OU SIMPLESMENTE, A VENERAÇÃO A UM SANTO.
 
     SEJA COMO FOR, O TEMA DEVERIA CONSTAR MINUCIOSAMENTE DO CONTRATO QUE, COM CERTEZA, EXISTIU E FOI A BASE DA ELABORAÇÃO PICTURAL, REALIZADA DA FORMA MAIS NOBRE E MAIS MONUMENTAL.
     NA VERDADE, OS PAINÉIS ONDE, INTENCIONALMENTE, FALTA UM DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA PINTURA DO TEMPO - A PAISAGEM COM OU SEM ARQUITECTURAS -, REPRESENTAM UMA SÉRIE DE SESSENTA PERSONAGENS, AS QUAIS, PELA PROFUNDIDADE DOS PENSAMENTOS QUE LHES VÃO NA MENTE, DEVIAM EXPRIMIR TODAS AS IDEIAS E ANSEIOS DO MOMENTO EM QUE VIVERAM E ACTUARAM.
     OS PAINÉIS SÃO ACTUALMENTE SEIS. IGNORA-SE SE FORAM MAIS E QUAL A DISPOSIÇÃO QUE, NO COMEÇO, TIVERAM. NÃO SE SABE TAMBÉM O LOCAL PARA O QUAL FORAM PINTADOS.
     O SEU SUPORTE É DE MADEIRA DE CARVALHO E A TÉCNICA DA FACTURA É SIMPLES E PECULIAR DA OFICINA DONDE SAÍRAM (2). TÉCNICA ORIGINALÍSSIMA QUE, NO ENTANTO, PERMITIU OBTER OS MAIS SINGULARES EFEITOS PICTURAIS COMO OS DAS CARNAÇÕES, DOS VESTUÁRIOS CIVIS E MILITARES E DAS SOMBRAS. OS PAINÉIS PARECEM REPRESENTAR A ASSEMBLEIA DE TODAS AS PESSOAS DA NAÇÃO - MEMBROS DA FAMÍLIA REAL, O CLERO COM SEU ARCEBISPO, NOBRES, NAVEGADORES E COMERCIANTES, POBRES E JUDEUS, À VOLTA DUM SANTO, DUAS VEZES REPRESENTADO, O QUAL CERTOS INVESTIGADORES TÊM IDENTIFICADO COMO S. VICENTE, PATRONO DE LISBOA, OUTROS COMO O INFANTE, SANTO E MÁRTIR, D. FERNANDO, OUTROS, AINDA, COMO O CARDEAL D. JAIME.
     PONDO DE PARTE TUDO O QUE SE PUDER DIZER SOBRE A HARMONIOSA E SINGULAR FORMA DA DISPOSIÇÃO DAS PERSONAGENS E SOBRE OS MODELOS DAS SUAS VESTIMENTAS, QUE ENOBRECEM SINGULARMENTE OS PAINÉIS, É O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO DAS SESSENTA CABEÇAS DOS RETRATADOS, TODOS DIVERSOS, PORTADORES DE UMA MENSAGEM DIFERENTE, ADMIRÁVEIS PELA REALIDADE DO SEU ASPECTO. E PELA FORÇA DO SEU CARÁCTER, QUE OS COLOCA EM LUGAR PROEMINENTE.
     NÃO PODIA, POR ISSO, TER SIDO MELHOR ESCOLHIDO PARA TEMA PRINCIPAL DE UM LIVRO DE ESTAMPAS SOBRE AS TÁBUAS DE S. VICENTE DE FORA DO QUE A REPRESENTAÇÃO DESSAS CABEÇAS ENÉRGICAS E SONHADORAS REUNIDAS NUM CONJUNTO QUE NÃO É FÁCIL ENCONTRAR EM OBRAS DE OUTROS PAÍSES.
     FOI A DR.a HEDY NYHÖFF SELLDORFF A PESSOA QUE, SEGUNDO ME CONSTA, CHAMOU PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL A ATENÇÃO PARA O RETRATO COLECTIVO. CAMINHANDO NA ESTEIRA DO TRABALHO, QUE CITA, DO PROF. ALOIS RIEGEL, DENOMINADO «DAS HOLLENDISCHE GRUPEN PORTRAIT», A DR.a SELDORFF, NO DIA EM QUE FALOU NO MUSEU DE ARTE ANTIGA A RESPEITO DOS «SÍNDICOS DOS TECIDOS» PELO REMBRANDT, REFERIU-SE AO QUADRO DO MUSEU DE VIENA, PINTADO POR GERARD DE HARLEM EM 1490, QUE TERIA SIDO UM ANTEPASSADO DO RETRATO COLECTIVO, EMBORA MAIS MODERNO DO QUE O DO PINTOR DOS PAINÉIS DE S. VICENTE.
     TAMBÉM MUITO SE TEM ESCRITO ACERCA DA POSIÇÃO DO NOSSO ARTISTA OU ARTISTAS NO PANORAMA DA PINTURA EUROPEIA DO TEMPO, MAS O QUE PARA NÓS SE APRESENTA COMO PONTO DE FÉ É A GRANDE ORIGINALIDADE DO MESTRE PORTUGUÊS.
     É PONTO INCONTROVERSO E DIGNO DE SER TOMADO EM CONSIDERAÇÃO O FACTO DE JOÃO VAN EYCK TER VINDO E PERMANECIDO EM PORTUGAL NO ANO DE 1438, PAIS AO QUAL SE DESLOCOU PARA PINTAR O RETRATO DE D. ISABEL, FILHA DO REI D. JOÃO I E NOIVA DO DUQUE DE BORGONHA, FILIPE O BOM.
     SE BEM QUE A INFLUÊNCIA DO GRANDE MESTRE DA ESCOLA DE BRUGES NÃO TENHA DEIXADO CLARAS INFLUÊNCIAS, SÃO INCONTESTÁVEIS AS APROXIMAÇÕES QUE SE PODEM ESTABELECER COM OS GRANDES RETRATISTAS DAS ESCOLAS DA FLANDRES E DA BORGONHA. VIRÁ A PROPÓSITO CITAR O QUE ACERCA DO ASSUNTO ESCREVEU O SR. CHARLES STERLING NOS SEUS LIVROS: «LA PEINTURE FRANÇAISE - LES PRIMITIFS» (PARIS, 1938), E «LES PEINTRES PRIMITIFS» (PARIS 1949).
     MAS NÃO PODEM TAMBÉM DEIXAR DE SE CONSIDERAR AS FORTES INFLUPÊNCIAS QUE EMANAVAM DOS FRESQUISTAS E PINTORES DE CAVALETE COEVOS - FRANCESES, CATALÃES E SOBRETUDO ITALIANOS.
     SEM QUE SE POSSA DIZER QUE O PINTOR É DIRECTAMENTE INFLUENCIADO OU SEGUIDO POR OUTRO PINTOR OU POR OUTRA ESCOLA, AFIRMAÇÃO DIFÍCIL EM TEMPOS NOS QUAIS OS ARTISTAS VIAJAVAM MUITO E A INTER-PENETRAÇÃO DE IDEIAS E DE PROCESSOS TÉCNICOS ERA EVIDENTE, FORMA-SE UMA IMPONDERÁVEL ATMOSFERA A QUE TODOS OS PINTORES DA MESMA ÉPOCA NÃO PODEM SER ESTRANHOS.
     DEVO CONFESSAR, SEM QUERER TIRAR IMEDIATAS CONCLUSÕES, A IMPRESSÃO QUE SOBRE MIM PRODUZIU O EXAME DA REPRODUÇÃO DO QUADRO «MADONNA DEL ROSARIO», ATRIBUÍDO COM RESERVA A JACOBELLO DE MESSINA, EXISTENTE NO MUSEU DESTA CIDADE, REPRODUZIDO POR STEFANO BOTT ARI, NO SEU LIVRO «LA PITTURA DEL QUATTROCENTO IN SICILIA». (MESSINA - FIRENZE - 1953). PEDI E OBTIVE PORMENORES FOTOGRÁFICOS DO QUADRO E NÃO PUDE DEIXAR DE ME ADMIRAR COM A SEMELHANÇA ENTRE OS RETRATOS ALI REPRESENTADOS E CERTAS FISIONOMIAS DOS PAINÉIS DE NUNO GONÇALVES. MAS QUAISQUER IDEIAS SOBRE O ASSUNTO APRESENTAM-SE VAGAS, POIS NÃO CONHEÇO A PINTURA, QUE MOSTRA GRUPOS DE PESSOAS RODEANDO A VIRGEM COM O MENINO, SUSPENSA SOBRE UMA PAISAGEM, NEM, E ISSO ERA UM PROBLEMA FUNDAMENTAL, A TÉCNICA DO PINTOR JACOBELLO, MANIFESTAMENTE MENOS VIGOROSO E ORIGINAL QUE O PINTOR PORTUGUÊS. A OBRA PROVENIENTE DA IGREJA DE S. BENEDETTO, DEVE DATAR DOS DOIS ÚLTIMOS DECÉNIOS DO SÉCULO XV. DEIXAMOS O ASSUNTO À LUCUBRAÇÃO DOS CRÍTICOS DE ARTE.
     PARA QUE O LIVRO NÃO FOSSE DESPIDO DE UMA LITERATURA QUE ATÉ CERTO PONTO EXPLICASSE AS TESES QUE SE DEFRONTARAM SOBRE A OBRA APRESENTADA, O DR. ARMANDO VIEIRA SANTOS ESCREVEU PARA ELE UM ENSAIO DE QUE SÓ A SUA PENA APLICADA E PROBA ERA CAPAZ.
JOÃO COUTO
(1) Dr. José de Figueiredo - «O pintor Nuno Gonçalves» - Lisboa, 1910.
(2) João Couto - Nuno Gonçalves - «O políptico de S. Vicente» - Lisboa - Estúdios Cór - 1954.
 
Nota sobre a técnica da pintura dos Painéis   (Ver em  PDF)
     QUANDO, há cerca de doze anos, pensámos na publicação dum livro onde se reproduzissem, isoladas e em tamanho aproximado do natural, as cabeças dos Painéis, ideia a que não foi estranha a possibilidade da assistência do grande fotógrafo Adolfo de Simoni, que em 1951 deixaria o nosso País, não podíamos supor que tanto tempo iria passar antes da corporização, ainda que em moldes diferentes e inesperados, daquele pensamento.
     Mas se essa demora, devida a circunstâncias ponderosas, nos penaliza por muitas razões, por outro lado ela deu origem a que o Dr. Vieira Santos, colaborando com a sua autoridade e a sua imparcialidade numa obra que deseja ser, não uma hipótese crítica, mas um elemento de estudo e uma exposição de beleza, pudesse enriquecer o seu texto com a história das opiniões desde então expendidas sobre as maravilhosas Pinturas.
     Este livro não traz uma nova tese sobre o significado e a identificação das personagens das Pinturas de São Vicente de Fora. Apenas as apresenta mais intimamente, pondo o leitor junto de cada figura, a sós com ela, e faz a história do que sobre esta Obra já foi dito.
     Nós não atrevemos a dar sobre os Painéis, outra opinião que não seja a que temos sobre a técnica pictórica com que eles foram executados. E como neste ponto concordam o que sabemos sobre a história das técnicas e o que nos aponta a nossa própria experiência, julgamos não ser descabida essa nossa opinião; aqui a expomos, com simplicidade e em resumo, naturalmente sem a pretensão de ser definitivo em assunto tão sério e delicado.
 
     Qualquer tentativa no sentido de se copiarem os Painéis de S. Vicente de Fora com os correntes materiais de pintura a óleo que o comércio fornece, se deseja identificar na sua contextura a cópia com o original, está destinada a falhar.
     Ninguém poderia dizer com segurança quais os aglutinantes empregados pelo Pintor na sua Obra; porém a situação desta no tempo, mais do que isso as características do seu aspecto físico e ainda a circunstância de se reconhecerem actualmente alguns materiais, bem conhecidos na era de quatrocentos, e capazes de darem a uma pintura um aspecto bastante aproximado daquele, levam-nos a supor que o autor dos Painéis os pintou a têmpera gorda, provavelmente de ovo, ou mesmo de gomas em emulsão com algum óleo, com predomínio deste, alternando sucessivamente a sua aplicação com coberturas de base resinosa e óleos espessos tratados, (standoleo ou óleo engrossado ao sol); e dispôs de um branco, de bom poder, naturalmente de chumbo e verosimilmente semelhante ao usado na mesma época, pelos pintores flamengos, com cuja técnica, aliás, intimamente se aparenta a sua.
     Só assim podemos compreender as particulares evidências do sistema empregado e que as vulgares tintas a óleo do comércio não consentem pela sua magreza: por um lado, uma fluidez de tinta, possível à têmpera e de mau conselho para o óleo, que permite ao pincel um desenho corredio, quase aquoso, e grande nitidez de traços e de contornos, aliás nunca mesquinhos ou capilares; por outro lado, suavidade e plasticidade de modelação em escala já grande, e transparência na cor que a ela se sobrepõe.
     Também nenhuma outra maneira e nenhuns outros materiais do nosso conhecimento podiam dar ao Artista as possibilidades de emenda rápida sem vestígio do emendado. E tudo nesta obra nos parece ser feito dum jacto, sem hesitações. Qualquer insistência ou emenda não se denuncia com a factura laboriosa a que naturalmente levava o uso de outra técnica, a não ser com raspagens drásticas ou empastes espessos que aqui não se divisam ou adivinham.
     Somos pois levados, também por este facto, a confirmar o que acima dizemos. A um pedaço não executado a contento, traziam o pronto correctivo, ou a aplicação, mesmo delgada, da têmpera opaca e de secagem breve ou a de velaturas transparentes, ou ainda a de semi-velaturas.
     A não ser assim, a execução desta obra não nos parece compreensível; seria simplesmente milagrosa.
     Está aqui ultrapassada, melhor diríamos evoluída e perfeitamente dominada a técnica mixta semelhante (mas com têmpera magra, mais fina e líquida) com a qual os artistas medievos conseguiam modelar com suavidade e paciência femininas, ainda não completamente libertados da execução feita à custa de traços repetidos, sobrepostos ou justapostos, sem aguadas ou véus, como nas iluminuras.
     O génio másculo e rude do Autor dos Painéis talvez não tivesse suportado as limitações e demoras daquela maneira de pintar. De qualquer modo, sem dúvida ele se exprimiu melhor assim, dispondo de materiais que lhe permitiam, aliás dentro duma disciplina exemplar e que voluntariamente procura esconder-se, como se escondem as suas composições debaixo duma geometria subtil e sábia, a execução sóbria, incisiva, imediata e potente, que nos maravilha. Cada rosto, cada olhar, cada ruga é-nos dado tecnicamente com um poder de síntese inigualável de segurança e espontaneidade e espiritualmente com um penetrante sentido humano. É por isso que esta galeria de retratos será sempre um motivo de assombro para os técnicos e para os sensíveis.
     No fim de quatrocentos e no século dezasseis seriam já de uso vulgar aqueles materiais, em que assentou a facilidade de expressão plástica de que a pintura a óleo agora corrente viria a ser o padrão. Mas não vemos que alguém os usasse com o soberano poder de quem pintou esta Obra.
     Decorreriam dois séculos depois dela até nos aparecer, embora sob outros cânones, um pintor capaz de ombrear, naquelas raríssimas qualidades, com o grande Artista português que executou os Painéis. Também tinha sangue português e o seu nome era Diogo Velasquez da Silva.
 
JAIME MARTINS BARATA
da Academia de Belas Artes