Título: Os Lusíadas
Autor: Luis de Camões (c1524-1579)
Edição: Grande edição illustrada / revista e prefaciada pelo Dr. Sousa Viterbo
Publicação: Lisboa : Empreza da Historia de Portugal, 1900
Prefácio: Dr. Sousa Viterbo
Ilustrações de: Alfredo Roque Gameiro (1864-1935)
Manuel de Macedo (1839-1915)
Descrição física: LXXX, [2], 558 p., [83] grav. soltas : il. ; 37 cm
Informação: Biblioteca Nacional de Portugal
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De parceria com Manuel de Macedo, Roque Gameiro ilustrou uma edição de luxo de "Os Lusíadas", em 1900. Tratava-se de uma grande edição ilustrada, revista e prefaciada pelo Dr. Sousa Viterbo, com ilustrações de Roque Gameiro e Manuel de Macedo, da Empresa da História de Portugal, Sociedade Editora, Lisboa, 1900.
Apesar de se tratar de um trabalho de extraordinário interesse iconográfico, em virtude de ambos os ilustradores terem produzido imagens que traduziram a intencionalidade épica do poema, perde-se, contudo, um pouco o sentido da grandiosidade inerente ao texto, visto a impressão ter sido feita em monocromia.
Os editores referem a importância desta edição neste pequeno texto: "Sem dúvida que uma das maiores attracções, é a sua illustracção que foi confiada aos melhores artistas no género, em Portugal, Roque Gameiro e Manuel de Macedo, cujos brilhantes trabalhos, insertos nas nossas notáveis edições puderam servir ao público, de garantia da perfeição, do critério, da consciência com que foi levada a cabo a illustração do inimitável poema. De mais, que essas gravuras foram impressas de forma a dar o maior realce possível à nossa edição, que de certo ficará sendo uma das mais consideradas que até hoje teem sido feitas de Os Lusíadas".1
Maria Lucília Abreu
in Roque Gameiro - O Homen e a Obra, ACD Editores, 2005
1 CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas, edição de 1900, Introdução, VI capítulo. Duas palavras dos editores.
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(Pode clicar nas imagens para aumentar)
INTRODUÇÕES
E Vós, Tágides minhas
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Camões salvando Os Lusíadas
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Camões lendo Os Lusíadas ao censor do Santo Ofício
Ver estudo:
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Morte de Camões
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Simão Vaz de Camões escalando os muros do convento de Sant'Ana em Coimbra
Ver estudo:
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Túmulo de Camões no convento dos Jerónimos
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Monumento a Luís de Camões, em Lisboa
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Convento de Sant'Ana, em Lisboa - Vista exterior
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Luís de Camões
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- o O o -
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Canto I
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Já no largo oceano navegavam,
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Co'os panos e co'os braços acenavam
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Comendo alegremente erguntavam,
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Partiu-se nisto enfim co'a companhia,
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Qualquer em terras salta, tão ligeiro,
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Canto II
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Assi fogem os Mouros; e o piloto,
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Mais mimosa que triste ao Padre fala.
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Quando Mercúrio em sonhos lhe aparece,
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E logo manda ao Rei outro presente,
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Um batel grande, e largo, que toldado
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De generoso Mouro, que pasmava,
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Canto III
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De Guimarães o campo se tingia
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Mas o Rei vendo a estranha lealdade,
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Em toda a cousa viva a gente irada
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Entrava com toda essa companhia
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Nobres vilas de novo edificou,
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Ó tu, que tens de humano o gesto, e o peito,
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Taes contra Ignêz os brutos matadores,
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Canto IV
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Eu só com meus vassalos, e com esta,
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Rompem-se aqui dos nossos os primeiros;
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Todo um dia ficou no campo inteiro.
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Em procissão solene a Deus orando,
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Oh glória de mandar! Oh vã cobiça
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Canto V
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Outro e outro lhe saem; vê-se em pressa
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Não acabava, quando uma figura
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As mulheres queimadas vem de cima
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Em fim que nesta incógnita espessura
Ver original:
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Da boca do facundo capitão
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Canto VI
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Tritão, que chame os deuses da água fria,
Ver estudo:
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Contarei, disse, sem que me repreendam
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Abaixem lanças, fere a terra fogo.
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Noto, Austo, Boreas, Aquilo queriam
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Canto VII
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Sobem à capitaina; e toda a gente
Ver original:
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Caminham lá para onde o Rei o espera:
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Assim falando entravam na sala,
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Somente sei, que é gente lá de Espanha,
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Canto VIII
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Este que vês olhar com gesto irado,
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Vai-se espantado o atónito agoureiro
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Convoca os principais da torpe seita,
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O Gama com instância lhe requere
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... mas impedido
Foi da Guarda que tinha não pequena.
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Canto IX
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Mas já no verde prado o carro leve
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Vão a buscar, e mandam a diante,
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Senhores, caça estranha, disse, é esta:
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Elas começam subito a gritar,
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Canto X
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Tomando-o pela mão o leva, e guia,
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Cantava a bela ninfa, e co'os acentos,
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Chamará o Samorim mais gente nova:
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Mas um tiro, que com zunido voa,
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E rudos paus tostados sós farão
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E se injustos o mando te tomarem,
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Dio, que o peito e bélico exercício
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Entraram pela foz do Tejo ameno;
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E a sua Pátria, e Rei temido e amado,
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