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     Nasceu em 27 de Fevereiro de 1906. Filho do mestre aguarelista Roque Gameiro.

     Cursou a Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno laureado.

     Ao acabar o curso, destacou-se logo na primeira exposição a que concorreu, tendo-lhe sido adquirido, para o museu nacional de Arte Contemporânea, o busto do pintor José Tagarro.

     São obras suas, além de vários bustos, o Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Lourenço Marques, outro em Abrantes, a estátua de D. João II, para a Câmara Municipal de Lisboa, e as figuras de cavaleiros orando, que faziam parte do projecto para o Monumento ao Infante D. Henrique.

     Faleceu, com 29 anos de idade, em 18 de Agosto de 1935, num desastre que vitimou ao mesmo tempo sua esposa.

 

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notável escultor contemporâneo (1906-1935), discípulo de Simões de Almeida (Sobrinho). Desapareceu em plena juventude, quando muito havia a esperar do seu raro talento. Modelou belas, fortes estátuas e soberbos baixos-relevos para um projecto de monumento ao Infante D. Henrique, a erguer em Sagres, da autoria dos arquitectos Carlos e Guilherme Rebelo de Andrade. Fez uma vigorosa estátua de D. João II sentado no trono e um esboceto para o baixo-relevo «Nun'Álvares Condestável», figura equestre.

Nas suas obras de evocação histórica, as figuras másculas e imponentes, de expressão grave e calma em que transparece o querer inquebrantável, têm a animá-las e a iluminá-las nobre espiritualidade e ardente idealismo: são, em suma, imagens de epopeia. Devem-se-lhe ainda admiráveis monumentos erguidos em Abrantes e Lourenço Marques aos Mortos da Grande Guerra de 1914-1918.

Representou com sensibilidade a figura feminina: a sua «Salomé», de corpo serpentino modelado com nervo, tem graça capitosa e estonteante. Revelou-se ainda excelente retratista em bustos de observação penetrante e de forte modelado, como o de José Tagarro (Museu de Arte Contemporânea).

Dele escreveu um pintor moderno, José Amaro Júnior, seu companheiro de ideal: «Rui Roque Gameiro foi um grande artista e uma grande alma. Viria a ser um grande escultor de Portugal. Ia a caminho do triunfo, aquele triunfo que só é grande quando se luta muito. José de Figueiredo, o esteta admirável e crítico ilustre, profetizava a sua consagração. O meio artístico e intelectual seguia-o com a inquietação de quem espera mais; o povo começava a adorá-lo e talvez até a compreendê-lo».

 

bibliografia: Fernando de Pamplona — «Um Século de Pintura e Escultura cm Portugal»; «Exposição Retrospectiva da Obra de Roque Gameiro» (catálogo. 1946).

in  Fernando de Pamplona:

DICIONÁRIO DE PINTORES E ESCULTORES

Portugueses ou que trabalharam em Portugal, Vol. IV

2ª Edição (actualizada) - Livraria Civilização Editora

 

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Monumento em memória de Ruy e Maria Helena

 

Esboço

 

Em 1935

 

   

Nos dias de hoje, sob a IC 19